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Desanimada com a vida portuguesa....

A inspiração não tem hora. Neste momento são uma e trinta da manhã. E mesmo depois de ter tomado o sonífero habitual, deitei-me e comecei a escrever em pensamento. Muitas coisas que vieram a memória. Muitos temas, com muito para contar. Levantei-me, peguei na minha caneta preferida, minha companheira de muitas palavras e sentei-me á mesa da grande sala, onde a minha família quando se junta, toma as refeições. E a minha caneta tinha uma leveza, que quase escrevia sozinha.


Sozinha, e como sinto

Não pensem que vivo só

Sozinha, mesmo se brinco, com meus netos amorosos

Vivo num mundo de pó

Quantas vezes grito, grito

Mas pra dentro, ninguém ouve

E no meio da multidão

Creiam que me sinto só

É o meu estado de espírito

E ninguém me dá a mão

Porquê? Eu também não peço

Julgam-me forte demais

Por isso ninguém pergunta

Precisas de algo mais?

É verdade que preciso

Que me ouçam com atenção

Não falem, simplesmente escutem

O que me vai no coração

É crise existencial?

Talvez, pois todos a temos

Mas nem por isso perguntam

Tu precisas de uma mão?

Que aperte a tua com força

Só pra sentir que estou viva

Aperta, aperta com força

Decerto era o que eu diria

Como orgulho não pedia

Pois todos me julgam forte

E serei até a morte

Não dou o braço a torcer

E também não vou temer

De me sentir solitária

Pode estar mundo á volta

E sentir-me muito solta

Mas sempre, comigo sozinha

Preciso de companhia?

Já a tenho em quantidade

Mas querem mesmo a verdade?

Estou só, simplesmente só

Espero o sono, ele há de vir

Aí, assim vou dormir

Descansar a minha mente

Mas será que estou doente?

É simplesmente cansado

É cansaço das notícias

Guerra por todos os lados

Ninguém para esses malvados

Que não dão descanso ao mundo

Mortes, sangue, e guerra intensa

De nada serve a presença

Dos poucos bons que ainda existem

De verdade são tão poucos

É uma agulha em palheiro

O resto são todos loucos

E não há um povo ordeiro.

A inspiração me falta

Talvez, é tarde demais

A memória está uma gralha

E força, para onde vais

O certo é que estou tão só

Não façam caso, isto passa

Amanhã é outro dia

E lerei isto com graça.

Foto: Blogdabe.net
Por Maria Cruz
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