Portugal está cheio de gente mal educada e as familias são as culpadas

Foto. 94FM

Dia cinzento de manhã, mas logo o sol surgiu para minha alegria, pois detesto o cinzento.

Em todos os aspectos: cinza é cor que me angustia. Pelo contrário o sol anima.

Mas não é propriamente do tempo que quero escrever. Tenho ouvido, em percentagem cada vez maior, idosos que são maltratados e agredidos. Sei que sempre houve agressões: a idosos, a crianças, a mulheres, etc. Agora estamos mais informados pelos médios.

Tenho estado a meditar o porquê de tanta violência. E não me venham dizer que é devido principalmente à falta de poder económico, ao stress e outras coisas mais que agora inventam.

O problema está nos valores que não são transmitidos e na educação familiar que a continuar assim, começa a estar em vias de extinção. Ora se a sociedade é feita de famílias, e pondo a questão ao contrário, as famílias fazem a sociedade, significa que as famílias estão a ficar cada vez piores. Não há tempo para se transmitir aos filhos, desde pequeninos, o significado da palavra “família” e quão importante ela é.

Humildade q.b., respeito pelo próximo, educação, honestidade, saber estar, solidariedade, amizade e muitos outros adjectivos que dariam para esta folha inteira. Com 5 filhos, dos 47 aos 35; 8 netos dos 22 aos 4 anos, ainda hoje os corrijo, nalgumas pequenas falhas de educação e até na linguagem, quando alguma palavra me soa a “protuguês”. Para isso servem os pais: para os ensinarem enquanto por cá andarem.

Observo muitas vezes, essencialmente nos cafés, casais com filhos de diversas idades, onde muitas vezes falham as palavras “obrigado” “desculpa” “por favor” ou “com licença”.

Raros são os casos em que jovens ao saírem ou entrarem nas portas deixam entrar ou abrem as portas a qualquer pessoa idosa. Ninguém liga, mas aí está muitas vezes o começo de uma boa educação. E são pessoas de todas as classes sociais.

Não me canso de escrever sobre estes temas. Talvez alguém leia e mude o seu tipo de conduta, pois a continuarem assim não sei onde vamos parar. Ou talvez saiba: a uma sociedade cada vez mais nefasta, violenta, abrutalhada e cada vez mais inculta.

Já corri mundo, viajei bastante, convivi com diversas culturas, vivi fora do país dez anos e muitas vezes tenho uma tristeza enorme de ser portuguesa. Não que não goste desta terra de Camões, mas sempre me considerei uma cidadã do mundo. E acreditem que na china a palavra família tem uma grande força.

Escrito por Maria Cruz